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ECONOMIA, Estúpido! Análise Pesquisa Genial/Quaest de Fev/2022

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Algumas reflexões sobre os dados divulgados hoje, dia 9/02/22, pela Genial/Quaest. 1. Norte (42% para 48%) e Nordeste (56% para 61%) apontam aumento de avaliação ruim e péssimo do governo Bolsonaro. 2. Quem ganha até 2 salários mínimos teve aumento acentuado na rejeição ao governo, passando de 52% para 57%. 3. O modo como o governo Bolsonaro combate a inflação é rejeitado por 80% das pessoas. Para comparação, quando o tema é Pandemia, a rejeição é de 65%. 4. Economia, Desemprego e Fome são os temas que os brasileiros estão mais preocupados. A famosa frase de James Carville, Marqueteiro de Bill Clinton, "é a economia, estúpido", dita para explicar o motivo pelo qual Clinton venceria a eleição, fazendo contraponto com Bush, que tinha a bandeira da Guerra do Golfo, exemplifica bem o momento atual no Brasil. Temas como combate à corrupção e o medo do "comunismo petista" não fazem mais sentido ao brasileiro. Isso não tem sentido quando se passa fome, fi

Com menos de 5% em fevereiro, nenhum candidato a Presidente venceu a eleição

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Desde a eleição presidencial de 1989 nenhum candidato que pontuava menos de 5% nas pesquisas realizadas em fevereiro conseguiu vencer a eleição. O único que chegou a 5% em fevereiro e chegou ao Planalto foi Fernando Collor (PRN), que pontuou 5 pontos em pesquisa divulgada em fevereiro de 1989. Em março, Collor atingiu 7 pontos na pesquisa Ibope. Ao final do pleito do 1º turno daquele ano, Collor teve 30,47% e Lula 17,18%. No 2º turno, Collor venceu por 53,03% a 46,97%. Em 1994, Fernando Henrique Cardoso pontuava pelo Ibope 8% em janeiro e 7% em fevereiro, contra 26% de Lula em janeiro e 30% em fevereiro para o petista. Em março, o futuro presidente teve um crescimento alto, batendo 19% contra 37% de Lula. O pleito do "ano do Tetra" foi vencido no 1ª turno por FHC por 54,24%.  Na reeleição de FHC, em 1998, o tucano iniciou janeiro com 45% e em março pontuou 36%. Neste ano, o Ibope não fez pesquisa em fevereiro, porém considerando os dados do primeiro trimestre, fica claro que

10 pontos sobre a Pesquisa para Presidente da Quaest Jan/22

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1. Apesar da estabilidade de rejeição ao governo Bolsonaro, se mantendo em 50%, há uma divisão no modo como homem e mulheres avaliam o governo e uso tem relação como esse estrato social avalia as questões da Pandemia e Economia. 2. Com relação a avaliação do governo sobre a atuação na Pandemia, 47% dos homens avaliam como ruim/péssima. Mesmo índice de Dezembro de 2021 ----- Já as mulheres, foram de 47% para 61%. 3. O dado acima reforça e faz sentido quanto a preocupação com a Pandemia. As mulheres muito preocupadas saltaram de 67% para 76%. Enquanto os homens que deram a mesma resposta, foram de 57% para 60%. Apesar de ambos estarem alta, a curva feminina é maior. 4. Quando o tema é a expectativa com o futuro da Economia, o quadro é inverso. Os homens que projetam melhora saltaram de 43% para 49% e que projetam piora, caiu de 30% para 23% ---- Já as mulheres que projetam melhora, do de 40% para 38%. E de piora, de 31% para 32%.

O que você tem a ver com a política?

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Política não se discute. Não entendo nada de política. É tudo ladrão, nem perco tempo. Essas são respostas comuns quando as pessoas são questionadas sobre política e sua relação com o tema. Em nosso cotidiano, quando se trata do assunto, geralmente é relacionada a algo ruim e distante do dia a dia, como se fosse assunto apenas para especialistas ou políticos. Também é natural que muitos pensem a política apenas como o ato de votar no dia da eleição. Mas será que é só isso, mesmo? Afinal, o que você tem a ver com a política? A palavra “política” é derivada do termo grego “politikos”, que designava os cidadãos que viviam na “polis”. “Polis”, por sua vez, era usada para se referir à cidade e também, em sentido mais abrangente, à sociedade organizada. Onde quer que haja duas ou mais pessoas, haverá a necessidade de definir regras de convivência, limites de ação e deveres comuns. A política acontece justamente no ato de existir em conjunto Dessa forma, a origem da política remonta à partici

A Relação de Dominação na Ideologia do Poder e Discurso Político

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Mais importante do que o conteúdo de um discurso é o papel que ele desempenha na ordenação do mund o. Em outras palavras, este conceito do filósofo francês Michel Foucault diz que um discurso dominante tem o poder de determinar o que é aceito ou não em uma sociedade, independentemente da qualidade do que ele legitima. Este poder de determinação é importante ser compreendido para entender o que é Ideologia e suas relações de dominação. O Poder Político, que de fato é o que aqui nos interessa, pode ser conceituado na visão de alguns autores clássicos. Weber diz que o poder político está diretamente ligado à dominação e violência por meio do Estado ao impor sua autoridade sob a aparência da legalidade. Por outro lado, Arendt diz que o poder político resulta do consentimento  da vontade dos homens de viverem juntos, onde poder e ação são recíprocos. Habermas tem uma visão mediana entre ambos, que distingue poder comunicativo e poder administrativo.  Neste artigo, segue-se com a visão de Pa

A relação de Poder entre as 3 instâncias: Política x Sociedade x Mídia

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 Após a vitória, logo chegam as cobranças. Muitos prefeitos e vereadores eleitos em 2020 já sentem no dia a dia a cobrança da mídia e dos eleitores sobre problemas não resolvidos e o cumprimento de propostas feitas no período eleitoral. Por que tantos políticos têm dificuldade em gerir esta expectativa? Para respondermos ao questionamento é preciso compreender como funciona o discurso político e as instâncias de Poder. É importante definir a natureza do discurso político como fundamento na relação entre linguagem e ação. A palavra política funciona entre a "verdade do dizer" e a "verdade do fazer", ou seja, uma verdade da ação que se manifesta por meio de uma palavra de decisão e uma verdade da discussão, que se manifesta por meio de uma palavra de persuasão (razão) ou sedução (paixão).  O fazer e o falar sempre caminham juntos. O caminho político funciona na conjunção de discurso de ideias e discursos de poder (verdade e possibilidade), pensamento e ação. Essa é a

O QUE SE ENTENDE POR DISCURSO POLÍTICO #02

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 O que se entende por discurso político? Esta é uma pergunta fundamental para se entender, ao longo dessa série de textos, o objeto e o objetivo que será analisado. Isso preciso ser bem compreendido para evitar confusões mediante perspectivas adotadas. Discurso político trata-se dos discursos no campo da política? Da política enquanto discurso? Onde se encaixa, portanto, a política? Tudo é apenas discurso e a ação política seria algo secundário? Há várias disciplinas, com as Ciências Políticas, Psicologia, Sociologia, Antropologia, entre outras, que estudam essas respostas e todas jamais podem ser analisadas sob a ótica de apenas um ponto de vista.  O discurso político é uma forma de organização da linguagem em seu uso e em seus efeitos sociais e psicológicos, sendo este um objeto de estudo que está no centro de diversas disciplinas. Portanto, a análise do discurso político partilha de certos pontos de vista e certas noções tanto com a Filosofia Política quanto com a Ciência Política,